Qual história quer saber?
Um monte de coisas aconteceram comigo nos últimos três anos, mas os períodos de outubro e setembro se tornaram os de maior periculosidade quando se trata da minha saúde, e pior: todos causados por mim mesma. Sozinha.
Por onde eu começo? Por quando desmaiei e torci meu pescoço e parei no hospital ao pegar meu celular na cabeceira da cama? Quando caí da escada, torci o tornozelo e fraturei a costela? Ou quando tive intoxicação alimentar seguida de infecção urinária? Juro, até a última terminou sendo engraçada!
Melhor deixar os coelhos viverem
Era de manhã, acordei e fui me espreguiçar como de costume, mas quando fiz isso minha mão foi bem na direção do meu celular, pensei oras, por que não aproveitar a espreguiçada e pegar logo de uma vez? Matar dois coelhos com uma cajadada só foi a minha sina, como sempre, a minha preguiça me custando caro: escutei um "creck". Minha visão escureceu, pensei ter torcido a minha julgular ou algo assim, num geral: eu pensei que ia morrer. Não consigo pedir ajuda, não consigo me mexer porque dói, quero vomitar de dor, é como uma cólica menstrual no meu pescoço. Começo a me arrastar pela cama para cair de joelhos no chão. Finalmente me levanto, mas claro, não sem desmaiar no meio do caminho. Acordo no hospital, não sei bem como cheguei, só sei que faço um raio-X e o médico pergunta: quer injeção ou colar cervical? Pedi um colar cervical, não estava preparada para levar uma agulhada naquela manhã. Quer dizer, nem tive tempo de entender o que aconteceu. Duas semanas depois, eu ainda estava como nesta belíssima foto — e dormindo muito de tanto relaxante muscular.
No céu tem pão?
Eu estava me arrumando para a faculdade, maquiagem feita, roupa colocada, mas ainda de chinelo no pé. Ao descer as escadas para tomar café piso em falso, meu pé esquerdo torce para a dentro tentando conseguir se firmar no degrau, com dor, tento me apoiar no pé direito que também acaba sendo de mal jeito e voou direto no chão, ainda bato os pés nos últimos degraus. Eu estava sozinha em casa, sei que vou desmaiar de dor, mas penso: eu não comi ainda, preciso comer. Me levanto como consigo, me apoiando nos móveis e me arrastando, abro a tupperware de pão e, de repente, meus ouvidos estão zumbindo e noto que estou deitada no chão, e há... pães. Um pão na minha frente, um pão do meu lado e um pão... embaixo da minha cabeça como um travesseiro. A tupperware está destampada caída no chão. Como meu corpo está "numb" por conta do desmaio; não sinto nada, mas tento não me mexer porque sei que quando meu corpo "despertar" a dor irá voltar. Começo a rir estática. É patético, como isso aconteceu? Então, vejo que o pão embaixo da minha cabeça não é tão engraçado, está com sangue. Preciso ligar para alguém, droga, meu celular ficou lá em cima. Subo as escadas sentada, ligo para minha mãe. Tudo acabou, certo? Eu vou para o médico e tudo certo, só torci meu pé e cortei o queixo provavelmente na mesa quando desmaiei. Minha mãe chega (um tempo depois), me coloca na cadeira de rodas do prédio e me leva até o uber. No hospital, eu desmaio de novo cerca de duas ou três vezes. Uma garotinha de cerca de 9 anos se senta do meu lado e diz, curiosa: tia, o que aconteceu com você? Digo que caí da escada. Ela começa a jogar do meu lado enquanto esperamos, uma hora ela me pergunta: tia, você tem amigo imaginário? Eu digo que não, e ela: Eu tenho, o nome dela é Laura. Perguntou se a Laura é legal. A menina fica séria, olha para o lado por alguns segundo e, então, olha de volta para mim e murmura baixinho: Só comigo. Eu entro para passar na médica, reclamo do tornozelo. Eu sinto tanta dor em tantos lugares que não consigo identificar de onde vem. Faço Raio-X, enfaixam meu pé, pego uns remédios. Outra garotinha de uns 11 anos olha para mim sorrindo e diz: vai dar tudo certo. O que seria de mim sem a gentileza das crianças? Levo 3 pontos no queixo, pego 7 dias de atestado. Uma semana depois de ficar com o pé pra cima e sendo levada até o banheiro da cadeira com rodinhas do computador, decido voltar para a faculdade. Era só o pé, né? Sinto uma dor nas costelas, um pouco no ombro, mas deve ser da queda, normal. Vou para a faculdade e... passo mal. Muito mal. Finalmente parece que consigo sentir o meu corpo inteiro e identifico outros pontos de dor. Chegando no hospital, descubro que fraturei as costelas. Peço um remédio mais forte porque esse não funciona bem, ainda assim eu penso, "já tive cólicas piores." A médica diz: mais forte que isso só morfina. Começo a questionar a intensidade normal de uma cólica. Pego mais duas semanas de atestado, não volto para a faculdade pelo resto do ano. Volto em fevereiro do outro ano. Bendita escada e santo pão.
Conteúdo 3 esquerda.
Conteúdo 3 direita.
Conteúdo 4 esquerda.
Conteúdo 4 direita.
Conteúdo 5 esquerda.
Conteúdo 5 direita.
Conteúdo 6 esquerda.
Conteúdo 9 direita.
Conteúdo 6 direita.
Conteúdo 7 esquerda.
Conteúdo 7 direita.
Conteúdo 8 esquerda.
Conteúdo 8 direita.
Conteúdo 9 esquerda.
Conteúdo 9 direita.
Conteúdo final esquerda.
Obrigado por ler!